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Série: A Raiz do Problema (Parte 10): Materialismo

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Nós vivemos em uma sociedade materialista. Tão aparente é essa realidade que acredito que exemplos não precisam ser dados. Como cristãos, devemos ter cuidado para não seguirmos o mundo a esse respeito. Paulo nos dá um aviso sério sobre ter uma atitude materialista:

“tendo, porém, alimento e vestuário, estaremos com isso contentes. Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na perdição. Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1 Timóteo 6:8-10).

É importante notar que Paulo não diz que o dinheiro é a raiz de todo tipo de mal. Em vez disso, ele diz que o amor ao dinheiro é a raiz de todo tipo de mal. Portanto, esse aviso não é exclusivo para os ricos. Aqueles que são pobres são frequentemente culpados disso também. O texto diz: “os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço”. Não importa quem somos, ricos ou pobres, devemos nos proteger contra essa mentalidade.

Por que o materialismo é um problema? Paulo nos diz que isso é equivalente a idolatria.

“Exterminai, pois, as vossas inclinações carnais; a prostituição, a impureza, a paixão, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria” (Colossenses 3:5).

Como povo de Deus, devemos servir somente a Ele. A idolatria é condenada no Antigo Testamento porque Deus é um “Deus zeloso” (Êxodo 20:5). O problema de servir a um ídolo é que é necessária nossa lealdade que deve pertencer totalmente a Deus e dividi-la entre Ele e algum outro deus – que, neste caso, é possessão material. Jesus claramente nos diz: “Você não pode servir a Deus e à riqueza” (Mateus 6:24). Nós devemos escolher um lado. Se quisermos servir ao deus da riqueza, não poderemos agradar ao Senhor.


Dinheiro = Tempo

Todos nós já ouvimos a frase “tempo é dinheiro”. Isso costuma ser usado para expressar a necessidade de aproveitar ao máximo o tempo e não desperdiçá-lo em atividades inúteis. As Escrituras certamente nos ensinam que devemos aproveitar ao máximo o nosso tempo (Efésios 5:16). Mas, do ponto de vista bíblico, fazer isso nem sempre significa fazer as coisas que são financeiramente mais lucrativas. No entanto, esta é a mentalidade que muitos no mundo têm. Se não estamos fazendo algo que ajude em nosso acúmulo de riqueza, estamos apenas perdendo nosso tempo.

Se começarmos a acreditar que a busca de riquezas é tão importante que começamos a pensar que esse é o único uso valioso do nosso tempo, então nosso serviço a Deus sofrerá. Se alguém é materialista, servir a Deus simplesmente não vale o tempo. Em sua mente, não há nada lucrativo nisso. Portanto, é negligenciado.

Jesus contou uma parábola de um rei que deu um banquete de casamento para seu filho. Os convites foram estendidos e seus escravos foram enviados a chamar aqueles que haviam sido convidados. Ainda nesta parábola da festa de casamento (que foi dita para ensinar uma lição sobre o reino), aqueles que foram convidados não estavam dispostos a ir.

“Eles, porém, não fazendo caso, foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio” (Mateus 22:5).

Essas pessoas tinham coisas melhores para fazer do que participar da festa (pelo menos em suas mentes pensavam assim). Mas devemos notar que estas não eram atividades frívolas que eram preferidas sobre a festa do rei. Eram atividades necessárias para o sustento. O problema deles era que eles estavam apenas pensando em termos físicos e não conseguiam ver o grande valor do convite do rei (que representa o convite do Senhor).

A piedade é proveitosa. É “um meio de grande ganho quando acompanhado de contentamento” (1 Timóteo 6: 6). Mas o lucro disso não é do tipo em que nossa sociedade materialista está interessada. Paulo nos mostra como a piedade é proveitosa quando ele a compara com o exercício físico:
“Pois o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, visto que tem a promessa da vida presente e da que há de vir” (1 Timóteo 4:8).

Nós devemos escolher entre as coisas deste mundo e as coisas de Deus. Sim, ainda será necessário que trabalhemos e ganhemos a vida para sustentar nossas famílias, mas não devemos perder de vista o que é realmente importante.

“Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mateus 6:19-21).

A mentalidade materialista nos levará para longe de Deus. É “a raiz de todos os tipos de mal” (1 Timóteo 6:10). Como Jesus disse em Sua explicação da parábola do semeador, ter uma atitude que segue as coisas deste mundo fará com que a palavra seja sufocada, deixando-nos infrutíferos (Lucas 8:14).


Como Combatemos o Materialismo?

Se quisermos vencer as tentações e armadilhas que surgem como resultado de nosso amor pelo dinheiro, precisamos derrotar o materialismo em nossa vida. Há quatro coisas que podemos fazer para nos equipar para essa luta.

Primeiro, devemos nos lembrar da fonte de todas as nossas bênçãos. Todas as coisas boas que temos para desfrutar vem de Deus (Tiago 1:17). Precisamos usar nossas bênçãos de acordo com a Sua vontade, não em competição com a Sua vontade.

Em segundo lugar, devemos colocar nossa confiança de forma adequada. Não devemos ser como aqueles que “põe a esperança na incerteza das riqueza”, mas sim “Deus, que nos concede abundantemente todas as coisas para delas gozarmos” (1 Timóteo 6:17). Nossas posses materiais são incertas. Deus é constante. Portanto, somos capazes de depositar nossa confiança e esperança nEle.

Terceiro, devemos reconhecer a natureza temporária deste mundo. João escreveu: “Ora, o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus, permanece para sempre” (1 João 2:17). Não importa que riquezas possamos obter aqui, elas são apenas temporárias. Nosso tempo aqui também é curto. Somos “um vapor que aparece por um pouco, e logo se desvanece” (Tiago 4:14). Quando nos afastarmos desta vida, qualquer riqueza que tenhamos acumulado permanecerá aqui.

E quarto, devemos depositar um tesouro no céu (Mateus 6: 19-21). Não devemos perder nossas almas pela riqueza deste mundo. Jesus perguntou: “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou o que o homem dará em troca de sua alma?” (Mateus 16:26). Uma vez que nossa vida termina, nossas riquezas são inúteis. Se nós rendermos nossas almas a fim de buscar as coisas materiais desta vida, seremos como o rico possuidor de terras – um tolo – que construiu celeiros maiores para manter sua grande colheita enquanto negligenciava o estado eterno de sua alma (Lucas 12:16-21).


Resumindo

Se você continuar a pensar como nossa cultura materialista, você nunca vai vencer o pecado. Materialismo é idolatria. Reconheça a Deus como a fonte de todas as bênçãos e coloque sua confiança Nele. Lembre-se de que suas atividades não precisam gerar dinheiro para serem lucrativas. Este mundo é temporário. Portanto, faça do céu seu objetivo e trabalhe para depositar seus tesouros lá. 

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