Como o Peregrino Vive e Ama

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8 Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, saindo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. 9 Pela fé peregrinou na terra da promessa, como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; 10 porque esperava a cidade que tem os fundamentos, da qual o arquiteto e edificador é Deus” (Hebreus 11:8-10).

Não foi uma maldição, mas uma grande bênção que desarraigou Abraão de seu lar terreno. Longe da terra de sua juventude e nunca mais possuindo um terreno como sua casa, Abraão viveu sua vida vagando de um acampamento de pastores para outro. Isso foi uma grande bênção porque tornou muito mais fácil para Abraão enxergar além deste mundo. Como peregrino morando em tendas, ele “esperava a cidade que tem os fundamentos, da qual o arquiteto e edificador é Deus”.

Quando ficamos muito tempo em um lugar que ele começa a parecer um “lar”, podemos esquecer que nosso contrato de arrendamento nesta vida é temporário. Paramos de sonhar com o céu e chegamos ao ponto em que não queremos abrir mão das coisas com as quais estamos tão acostumados. Devemos aprender com os patriarcas hebreus. “Todos estes morreram na fé, sem terem alcançado as promessas; mas tendo-as visto e saudado, de longe, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra” (Hebreus 11:13).

Mas devemos ter cuidado para não entender mal o que significa ser um peregrino. Apesar de todas as consequências dolorosas do pecado no mundo, ainda é um mundo feito por nosso Pai Celestial, e Ele deseja que o desfrutemos (Eclesiastes 5:18,19). Não vamos medir nossa santidade em termos de quão miseráveis podemos nos tornar. Nosso desafio não é deixar de desfrutar deste mundo; é antes evitar se estabelecer nele.

“Pois a nossa pátria está nos céus”, escreveu Paulo a amigos cristãos, “de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Filipenses 3:20). “Aqui não temos cidade permanente” (Hebreus 13:14). É bom que um convidado se divirta – desde que ele se lembre-se de que é um convidado. Abraão certamente deve ter apreciado o nascer do sol, o pôr do sol e as noites estreladas que passavam na estranha terra de Canaã. No entanto, seu coração não poderia ser mantido por muito tempo por essas coisas. Ele estava muito apaixonado por seu Doador.

“Não onde eu respiro, mas onde eu amo, eu vivo” (Robert Southwell).

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