O Futuro da Igreja

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O Futuro da Igreja

Esta frase é frequentemente usada para se referir a crianças
que crescem na igreja. Todos os pais – e todos os outros envolvidos – querem
ver essas crianças crescerem e se tornarem cristãs. Mas mesmo que o façam, são
apenas parte do futuro da igreja. Neste artigo, quero que consideremos o futuro
da igreja – em particular, no que se refere a cada congregação local – e
percebamos o que podemos fazer no presente para ajudar a futura igreja.

Compreendendo o
Futuro da Igreja

A igreja do Senhor (a igreja universal) nunca será
destruída. Jesus disse: “Edificarei a
Minha igreja; e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”
(Mateus
16:18). Ao profetizar sobre a igreja, Daniel disse: “Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu suscitará um reino que não
será jamais destruído; nem passará a soberania deste reino a outro povo; mas
esmiuçará e consumirá todos esses reinos, e subsistirá para sempre”
(Daniel
2:44).

Mesmo que todo cristão vivo morra e, portanto, não haja
igrejas locais, a igreja do Senhor ainda não teria sido destruída. Por que não?
A semente permanece – a palavra de Deus (Lucas 8:11); dura para sempre (1 Pedro
1:25). Pedro escreveu: “tendo renascido,
não de semente corruptível, mas de incorruptível, pela palavra de Deus, a qual
vive e permanece”
(1 Pedro 1:23). É preciso nascer de novo para fazer parte
do reino (João 3:3, 5), que é a igreja (Mateus 16:18-19). Quando o evangelho
foi pregado no dia de Pentecostes, “os
que receberam a palavra foram batizados”
(Atos 2:41) e foram acrescentados
por Deus à igreja (Atos 2:47). Porque a semente permanece, a perspectiva de
pessoas serem acrescentadas à igreja permanece.

No entanto, as igrejas locais também são importantes – elas
serão nosso foco neste artigo. Paulo descreveu a igreja como um corpo auto
edificante: “do qual o corpo inteiro bem
ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de
cada parte, efetua o seu crescimento para edificação de si mesmo em amor”
(Efésios
4:16).

À medida que as igrejas locais trabalham para se fortalecer,
elas estão em constante estado de transição. Paulo disse a Timóteo sobre a
importância de treinar outras pessoas para ajudar nessa transição: “As coisas que de mim ouviste na presença de
muitas testemunhas, confia-as a homens fiéis, que também sejam capazes de
ensinar a outros”
(2 Timóteo 2: 2).

As igrejas locais não permanecem estáticas. O Novo
Testamento registra uma história muito concisa da igreja em Éfeso. Foi desde a
infância (Atos 19:1-7) até a maturidade com os anciãos supervisionando a
congregação (Atos 20:17). Depois disso, a igreja passou por turbulências (Atos
20:29-30) e, por fim, apostasia (Apocalipse 2:4). Mesmo que a mudança seja
lenta, toda congregação está em transição. Todo membro um dia será um ex membro
– eles falecerão (2 Timóteo 4:6), se mudarão (Atos 18:1-2; 1 Coríntios 16:19)
ou cairão (2 Timóteo 4:10). Mas isso não significa que toda congregação estará
em declínio. As igrejas podem crescer apesar disso e devem trabalhar para isso.

No entanto, é importante entendermos que o futuro de nossas
igrejas locais não está totalmente sob nosso controle. O homem tem livre
arbítrio (Josué 24:15; 2 Coríntios 5:11). Não podemos forçar as pessoas a se
converterem ou permanecerem fiéis. Mas devemos fazer o que pudermos. Paulo
disse: “Eu plantei, Apolo regou, mas quem
deu o crescimento foi Deus”
(1 Coríntios 3:6). Devemos fazer o trabalho que
Deus nos deu para fazer.

Grupos que Farão o
Futuro de Uma Igreja

Entendendo que cada igreja local está em constante estado de
transição, quem fará parte dessas congregações no futuro?

Crianças – É
nisso que normalmente pensamos quando falamos sobre o futuro da igreja –
crianças crescendo na igreja. Uma das qualificações dos presbíteros e o
objetivo de todos os pais cristãos é ter “filhos
fiéis”
(Tito 1:6).

Membros atuais
Este grupo às vezes é esquecido quando pensamos no futuro da igreja. Embora
saibamos que não estaremos aqui para sempre, devemos ter a mesma dedicação que
Paulo teve para ser ativo na causa de Cristo enquanto viveu: “Porque para mim o viver é Cristo e o morrer
é lucro. Mas, se eu viver na carne, isso significará trabalho frutífero para
mim…”
(Filipenses 1:21-22).

Irmãos de outras
igrejas
– Às vezes, os irmãos deixam uma igreja e se tornam membros de
outra congregação. Isso geralmente ocorre devido a uma mudança (Atos 18:1-2; 1
Coríntios 16:19) ou problemas que não puderam ser resolvidos na igreja anterior
(3 João 10).

Novos convertidos
– Quando as pessoas obedecem ao evangelho, Deus as adiciona à igreja (Atos
2:41, 47). Eles devem então se unir a uma igreja local (Atos 9:26).

Irmãos restaurados
– Quando um cristão se afasta, ele pode voltar mais tarde e ser restaurado
(Tiago 5:19-20).

Como Colocamos Esses
Grupos no Futuro de Uma Igreja

A menos que estejamos contentes com uma congregação morrendo
lentamente à medida que os membros falecem ou se mudam, devemos nos esforçar
para trazer pessoas de cada um desses grupos para o futuro da igreja. Como
vamos fazer isso?

Filhos – Os pais
têm a responsabilidade primária de ensinar seus filhos. Paulo disse: “Pais, não provoqueis vossos filhos à ira,
mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor”
(Efésios 6:4). Eles
devem ser ensinados “desde a infância… as
sagradas letras que podem dar-lhes a sabedoria que conduz à salvação pela fé
que há em Cristo Jesus”
(2 Timóteo 3:15). As igrejas podem complementar
esse ensino por meio de aulas bíblicas e da pregação feita na assembleia (1
Timóteo 3:15), mas os pais devem reconhecer seu papel principal nisso.

Membros atuais
Para manter os membros atuais, precisamos incentivá-los para que não se
afastem. “Cuidai, irmãos, que não haja em
nenhum de vós um coração perverso e incrédulo, que se afaste do Deus vivo.
Antes, encorajai-vos uns aos outros dia após dia, enquanto ainda se chamar
‘hoje’, para que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado”

(Hebreus 3:12-13). Devemos trabalhar para edificar uns aos outros (Efésios
4:12, 16). O crescimento é esperado para que os membros atuais possam, no
futuro, fornecer ensino e liderança necessários (Hebreus 5:12; 1 Timóteo 3:1,
6).

Irmãos de outras
igrejas
– Devemos ter cuidado com este grupo. Nesse caso, uma congregação
cresce às custas de outra. Isso não deve ser feito desnecessariamente. Embora
os irmãos possam decidir, por várias razões, mudar de uma congregação para
outra, não devemos tentar recrutar ativamente novos membros de sólidas igrejas
vizinhas. Em vez disso, o que devemos fazer é o que deve ser feito em todos os
momentos – defender a verdade. “Retenha o
padrão de palavras sãs…”
(2 Timóteo 1:13). Irmãos sadios podem estar
procurando por uma congregação que esteja comprometida com isso.

Novos convertidos
– Obviamente, para trazer novos convertidos para o futuro da igreja, devemos
evangelizar – coletivamente (1 Tessalonicenses 1:8) e individualmente (1 Pedro
3:15). Além disso, devemos também ter a atitude que Paulo descreveu a Tito: “Sede pacíficos, mansos, tendo toda
consideração por todos os homens. Porque nós também éramos outrora insensatos,
desobedientes, extraviados, escravos de várias concupiscências e prazeres…”

(Tito 3:2-3). Embora não devamos tolerar o pecado, devemos acolher aqueles que
potencialmente podem vir a Cristo.

Irmãos restaurados
– Novamente, não devemos ignorar o pecado. Mas quando um irmão se afasta, não
devemos eliminá-lo completamente. Paulo escreveu: “Se alguém não obedecer à nossa instrução nesta carta, preste atenção
especial a essa pessoa e não se associe com ela, para que ela seja
envergonhada. Contudo, não o considerem como inimigo, mas admoeste-o como a um
irmão”
(2 Tessalonicenses 3:14-15). Então, uma vez que um irmão se
arrepende e retorna, devemos perdoar e “reafirmar
nosso amor por ele”
(2 Coríntios 2:6-8).

Conclusão

O futuro de cada congregação local é incerto. A única
certeza é a mudança. À medida que avançamos em direção ao futuro, façamos o que
pudermos hoje para fortalecer a igreja de amanhã.

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