As Coisas Nem Sempre São Como Parecem

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As Coisas Nem Sempre São Como Parecem

“Mas, se ainda o nosso
evangelho está encoberto, é naqueles que se perdem que está encoberto, nos
quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes
não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de
Deus”
2 Coríntios 4:3-4

Se você olhou para o espelho retrovisor do lado do
passageiro do seu carro, você deve ter se perguntado sobre o fato do espelho
retrovisor externo direito ser diferente do espelho da esquerda, o do motorista.
E por que o espelho do lado do passageiro tem uma curvatura externa – ele é
convexo – enquanto do motorista é plano? 

Simples, esse espelho retrovisor do lado direito é convexo
pra aumentar a visibilidade do motorista. Sendo convexo, ele tem uma visão mais
panorâmica e percebe-se melhor os veículos vindo pela direita. A distância
aparente é maior que a distância real entre os dois veículos devido ao formato
do vidro daquele lado.

Se o espelho convexo melhora a visibilidade, por outro lado
os automóveis que ele mostra aparecem, não só um pouco menores, porém, mais
distantes do que eles estão na realidade. Ou seja, esse espelho passa uma falsa
impressão, o que exige uma atenção maior do motorista. O espelho mostra um
carro que ele julga estar a 30 ou 40 metros atrás do seu, porém, ele está a
apenas 15 ou 20. Esta é uma analogia muito simplista que ilustra o tema deste
artigo.

Isso é especialmente verdadeiro quando comparamos as
realidades temporais e materiais com a realidade eterna e espiritual por trás
de tudo. O perigo que todos enfrentamos é aceitar a aparência de como as coisas
são no mundo e ficar cego para a realidade espiritual que transcende essas
coisas.

Superficialmente, muitas vezes parece que o mal está
vencendo. Isso pode até levar a pessoa a parar de servir a Deus e de se
esforçar para fazer o que é certo. É por isso que precisamos da revelação de
Deus para nos mostrar a verdadeira realidade. O termo do Novo Testamento para
revelação, Apocalipse, indica essa realidade. Literalmente significa desvendar
algo. Em essência, Deus abriu a cortina, permitindo-nos ver a verdade do
assunto.

Considere alguns exemplos disso nas Escrituras. Dois vêm à
mente imediatamente no livro de Daniel. No capítulo 4, Nabucodonosor teve o
sonho sobre a grande árvore que crescia de tal forma que os pássaros faziam
ninhos e os animais se abrigavam sob seus galhos. Daí, certo dia, ordenou-se
que fosse cortada por “um vigia, um
santo, que descia do céu”,
mas seu tronco foi deixado para brotar novamente
mais tarde. Daniel interpretou o sonho e disse ao rei que a árvore representava
a ele e seu reinado que seria revogado (4:20-22). No entanto, o tronco
significava que seu domínio seria restaurado a ele depois que ele percebesse
que “o Altíssimo tem domínio sobre o
reino dos homens e o dá a quem quer”
(v. 25). Nabucodonosor comprou a
narrativa temporal de que seu reino era de seu próprio poder e para sua própria
glória (vv. 28-30).

No capítulo seguinte, o rei Belsazar também foi humilhado
pela revelação de Deus sobre a verdadeira realidade. O rei estava tendo uma
festa de bebedeira com seus companheiros e decidiu levar os vasos do templo de
Deus para que eles pudessem beber neles. Com esse gesto, Belsazar desrespeitou
sua auto percepção de poder na face de Deus. Foi quando ele viu a escrita na
parede que lhe ensinou o que seu avô Nabucodonosor aprendeu muitos anos antes;
o Altíssimo ainda governa nos reinos dos homens. Naquela noite, Belsazar foi
morto e o império Medo-Persa assumiu o controle.

O Salmo 73 registra a ocasião em que Asafe quase escorregou
por causa de sua percepção da facilidade em que os ímpios viviam enquanto ele era
afligido apesar de servir a Deus. Ele passou a pensar que seu serviço a Deus
era em vão (vv. 13-14). A realidade temporal parecia assim. Então ele viu a
verdadeira realidade quando entrou no santuário de Deus e viu o fim deles (vv.
15-17).

Muitos outros exemplos poderiam ser citados, mas estes
demonstram que nem sempre as coisas são como parecem. Em nosso lugar e tempo,
parece que o mal vai vencer, pois está ganhando força agora. No entanto, Deus
acabará por eliminar esses poderes, assim como fez com os demais que se
voltaram para a maldade ao longo da história (1 Coríntios 15:50-58; Filipenses
2:9-11).

Não podemos controlar as realidades físicas do mundo ao
nosso redor. O que podemos controlar é nosso destino eterno, apesar dessas
realidades físicas. O Altíssimo ainda governa nos reinos dos homens, então
devemos deixá-lo governar nossas vidas todos os dias.

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